quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Troca.


Já percebeu quando o sol está nascendo?
os traços de luzes desordenados vão se espalhando,
alguns tons acinzentados vão sendo apagados,
blocos de espaços negros vão sendo lentamente preenchidos,
o sopro gélido é vagaroso e gradativamente aquecido,
uma porção de cores e vida toma conta de alguns detalhes,
um altruísmo intenso e fascinante nasce em
meio a uma penumbra mesquinha e egocêntrica,
o embaçar do vidro confirma o choque térmico,
o som dos primeiros passos quebram o silêncio
enigmático que outrora imperava,
lentamente o vazio não faz mais parte do contexto
intrínseco da rua, dos becos e parques.
Como se não tivesse existido, a noite some.
Como se não houvesse pausa, as coisas se movimentam.
Como se não parassem, as pessoas correm.
Talvez seja para contemplar esse momento que
todos os dias eu permaneça atento,
ou talvez seja apenas insônia... Nunca se sabe.

Por: Felipe Reis





domingo, 28 de novembro de 2010

Mais do mesmo.

Porque me sinto atormentado?
Sei que meus anseios não passam de meros caprichos
quando afrontados aos sonhos de alguns outros seres,
Sei que meus motivos não nascem de sofrimentos palpáveis,
Entendo existir tantos outros fatos que sobressaem-se dos
que questiono por ora.
Mas porque ainda sinto tanta dor aqui dentro?
Sinto-me um desconhecido,
um estranho.
Por vezes parece que não tenho forças o suficiente
para aguentar o ardor do caminho...
Mas tantos sorriem, parece tão fácil moldar aquilo,
sinto que faço parte do meu maior perigo,
mas só sinto isso ao acordar soluçando.
É tão difícil correr quando não sabe-se onde quer chegar,
Cada minuto parece uma eternidade,
e alguns dos seus sonhos vão ficando pelo caminho.

Por: Felipe Reis

domingo, 14 de novembro de 2010

Pretérito Perfeito...


Desejar o passado é crime?
por vezes, fecho meus olhos e me pego em
situações que já não condizem com meu caminho,
por vezes, sinto algo que meu corpo já não reconhece,
basta uma música, uma imagem, um aroma, e me pego dando
voltas em fases que não deveriam me inquietar novamente.
Reviver...
Ouço o ruído das correntes enferrujadas arrastando-se pelo chão,
esse vértice obscuro e sensitivo não respeita minhas vontades,
não encontro uma perfeita sintonia entre a mente e o peito,
não me sinto a vontade usando pontos finais,
não me satisfaço com o presente.
Sem fôlego retomo o ar e acordo em meio a um profundo sono,
abro bem meus olhos e percebo que estou de volta,
abro meus olhos e reconsidero os fatos,
continuo vivo, mas os tempos são outros...

Por: Felipe Reis

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Índice do sono.


Quando vou estar pronto?
Essa imagem turva, fora de foco e mal acabada,
Quando estarei pronto?
Esses pensamentos críticos, toda essa angustia e incerteza.
Sinto não me enquadrar nos moldes dessa figura clichê,
Sinto não participar desse conceito unânime e ultrapassado,
Minha matriz não anseia dos mesmos preceitos desventurados,
nem tampouco, solidificado e predestinado quanto os outros.
Em um mundo confuso, de idéias entrelaçadas e embaralhadas
traço rotas desconhecidas e uniformes, causando desconforto...
Esse mal estar constante, essa dor contínua que entorpece
meu peito, silencia o grito dos meus olhos e forja sorrisos obscuros.
Passo horas cogitando idéias imprecisas e lógicas sem nexo,
meu relógio parou e tudo que me resta são rumores de uma mente
imprecisa e insegura que aguarda por mais um amanhecer
sentado em frente a uma janela em meio a tantas outras...

Por: Felipe Reis

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Miragem em preto e branco.


Você já foi enganado pela sua própria mente?
Tudo parecia fazer parte de um plano perfeito,
Cada passo planejado com tanta astúcia que o fracasso
era impossível de ser cogitado em qualquer hipótese,
Cada parte do seu corpo gritava a vitória antecipadamente,
Era certo que ninguém sairia perdendo ao final,
foram previstos tempestades, revoltas, obstáculos..
Por um momento você sabia que a felicidade estaria lá,
por um instante você sentiu o sorriso se moldar em sua face,
cada aresta era vagarosamente preenchida com o tempo
e por fim estaríamos sentados apenas olhando tudo
que fora construído com o passar da vida, admirados com a vista.
Mas algo aconteceu, os ventos já não sopram por onde deveriam,
as regras que eram claras e evidentes se distorceram,
as dimensões de todo o trajeto foi repentinamente mudado
e meu sorriso desmontado como um simples quebra cabeças.
O som que adormece meus sentidos não me parece algo vitorioso,
o tom seco das teclas apertadas ecoam pelos corredores da casa,
tanto brilho fora perdido, tudo porque um simples detalhe não
fora pensado: não adianta perder tempo com planos,
as coisas sempre mudam...

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sinopse em branco.


Adoro dias em que posso sentir meu coração,
Um bom filme, uma saudade, um vazio inexplicável,
Gosto quando algo consegue inquietar meu sossego,
Arrancar suspiros e acalentar em prantos minha face,
agrada-me vislumbrar a força de coisas simples,
pequenos detalhes ceifando minha alegria a cada palavra
de uma história, de um drama, uma experiência.
Transformei meu coração em um grande borrão
e escrevo frases e palavras que só fazem sentido
em meu mundo cheio de ruas sem saída e becos escuros,
por vezes reabro suas páginas iniciais apenas para causar
cicatrizes, provocar feridas e estabelecer alguma dor.
De fato, não gosto de sofrimento, de choros e infortúnios,
mas preciso sentir, incondicionalmente sentir, cada brisa
que por milésimos de segundos, apaga a chama que esquentara
alguém, que amaldiçoa caminhos e carrega sonhos...
posso não ser um dos melhores atores que essa vida formou,
mas certamente, aplaudirei em pé cada lágrima
que um bom drama arrancar desse peito insensato.

Por: Felipe Reis

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Desalento cambaleante.


Inicialmente, apenas o parapeito de uma janela qualquer,
mas de longe, eu à avistava, tão orgulhosa e destemida,
ela ousava brincar com o vento que soprava do leste,
aquela dança ritmada ao som do estampido grave do vento,
aquelas cores manchadas de um caminho sofrido e árduo.
Mesmo presa a um mastro frio e solitário ela dançava,
demonstrando sua beleza, força e vitalidade...
Continências, sinais de honra e respeito manchadas de corrupção
não desmoronavam sua segurança moldada em traços firmes,
Gestos efêmeros de cordialidade deformada por conversas de bastidores,
não desfaziam o som do choro dos que deram sua vida por ela.
Incondicionalmente senti-me obrigado a estender minha mão
sobre o peito e em forma, cantar em homenagem a todas as
almas crucificadas para a manutenção da democracia vivida.
Sinto que o meu recrutamento acontecerá brevemente,
sinto que estarei disposto a honrar o nome, não meu simples nome,
mas os nomes contidos naquela flâmula que com tantos motivos
para aflição, ousava brincar com o vento.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Anunciação..


Da pequena janela, a volta me assombrava, a velocidade com que tudo passava me fez lembrar da destreza que a vida tem, pequenas imagens se repetia na minha mente, pequenos ecos dos sorrisos tombavam na parede do meu cérebro, até antão eu controlava bem minhas emoções...
Mas ao entrar no quarto algo estranho me tocou, não tive a certeza se era o vazio do meu quarto ou do meu peito.. já não tinha mais tanto controle quanto antes, já não tinha mais sorrisos na minha mente, apenas um canto vazio e sem vida.
Meus olhos embaçados molhavam meu rosto, minhas pernas trêmulas não suportavam meu corpo, o silêncio da sala me angustiava e a certeza de que estaria só no quadrado do meu quarto me dava tanto medo..
Tudo que eu precisava estava a cada segundo mais distante, tudo que eu precisava não estava bem aqui, sorrindo pra mim.
Eu sempre achei que mais nada poderia desfigurar minha calma, mais nada poderia abalar minhas estruturas, mas eu estava errado, completamente enganado.
Mas ainda me resta o amanhã, e tudo que tenho, são lembranças de tempos que não quero esquecer.

Por: Felipe Reis

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Por trás do sorriso.


"Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz"
Por: Charles Chaplin

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

À Deriva...


As linhas a minha frente já não se encontram tão retas como deveriam,
Meus olhos já não enxergam tão nitidamente as imagens no meu caminho,
Engano meu coração com tanta facilidade, que essa rotina já é comum,
Meus punhos já não carregam a mesma força de quando eu acreditava,
Meu corpo, em ordem crescente, sente sua vitalidade o abandonar,
De joelhos no chão, constantemente indago-me quem eu sou?
O Fato é que já não me importo com a dor que brada o meu peito,
O fato é que por mais setas indicativas que haja no caminho,
eu já não ligo mais, as respostas parecem estar na direção contrária,
Eu definitivamente não me adapto a tudo isso, sei que não...
é difícil acreditar que continuo, nem sei mais no que acredito,
nem sei mais no que acreditar.
Minhas escolhas parecem não demonstrar resultados e meu caminho
já está estreito e esburacado.
Tudo que eu queria agora, em meio a essa tempestade, era um sinal,
um simples sinal, indicando que tudo terminará bem.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Piada sem graça..

Alguém poderia me dizer porque devo sorrir?
Alguém poderia refrescar minha memória...
Eu já entendi que tenho saúde, comida e família,
Mas ainda não entendo porque devo estampar um lindo sorriso no rosto,
Afinal,
e os outros?
Devo apenas não me importar e seguir?
sinceramente, não consigo.
Ando a beira de um colapso nervoso e
tudo que preciso é demonstrar satisfação?
desculpe caros colegas e amigos,
Minha satisfação tirou férias e
não se importou com o aviso de quando retorna.
Ainda estou em busca do meu sacrifício, do meu propósito,
se sentires vontade de sorrir, aproveite..
Só não me julgue por não me sentir a vontade com o meu.

Por: Felipe Reis

quinta-feira, 29 de julho de 2010

28 de Julho..


Lembro do tom ofuscante do brilho que regia meus olhos,
Lembro da calma e da esperança inabalável que habitava meu peito,
a incerteza do futuro não parecia ser um problema,
preocupações se limitavam apenas em qual seria a próxima brincadeira,
o sorriso era a forma mais fácil de expressão.
Mas o tempo foi passando...
Pêlos foram preenchendo meu rosto,
aquele brilho foi sendo ofuscado pela realidade,
a esperança anda cambaleante após tantos tombos,
meu sorriso já enferrujado, não chama tanta atenção,
aquele coração galopante, que bombeava meu sangue,
já não apresenta tanta força e celeridade...
ao soprar de cada vela, sinto-me caminhando em um vale,
a cada passo minha curiosidade lateja no cérebro,
e sempre me pergunto, onde meu próximo passo me levará?

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Vagas Ilimitadas


"Ensinamos a viver"
Assim diria a placa do local que procuro,
com gigantes livros sobre tudo,
explicações e entendimentos em geral.
"As respostas",
Seria o nome da Biblioteca,
com livros organizados por sentimentos
e situações em ordem alfabética,
"Tempo"
Seria o nome do diretor,
Pessoa justa, objetiva e determinada
um excelente conselheiro.
"As Provas"
Sempre Práticas,
Com direito a poucos erros,
e sem o uso de borrachas ou corretivos,
"O Nome"
Definitivamente estaria estampado na
Frente, em branco e azul, logo após o jardim,
entitulando o local: "Vida"

Por: Felipe Reis

sábado, 10 de julho de 2010

Brechas do caminho


Minha paz andou abalada,
Minha alma estremecida,
Esse vento frio que sopra de longe
Ameaça atingir minha chama,
Esse brilho distante faz sentir-me no escuro,
E como posso me sentir seguro nessas condições?
Existe segurança no incerto?
Espero que exista, pois nem comecei a caminhada
e já sinto o medo tomar meu peito.
Posso sentir o balançar das ideias na minha mente,
Posso sentir as mudanças que atingem minha alma,
Mas uma luz na escuridão me mantém erguido,
Uma luz bem distante,
Uma singela redoma de calor,
Um tímido brilho,
Que por ora sente-se ameaçado pela mais
simples ventania.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Alguns quilômetros de vida.


você já pressentiu uma tempestade?
já amarrou cada coisa com muita força,
com medo de não estar lá no final?
Suas correntes eram grossas?
Averiguou cada nó?
Preparou bem seu abrigo?
de onde saiu tanto medo?
até pouco tempo eu me sentia forte!
até pouco tempo o vigor do meu peito
poderia ser sentido de longe..
Essa anunciação melódica estremece meu peito
e agora tudo que me mantém vivo, é um singelo olhar,
de uma varanda quase vazia.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Da minha janela.


Hoje de Manhã vi o sol nascer..
Por um momento recordei:
meu passado, amigos, viagens, descobertas, amores.
A brisa leve buscando forças pra começar mais um dia
tocava meu rosto..
Um estreito sorriso moldou minha face,
um estranho pensamento me tomou a calma,
lembrei-me do novo caminho,
Lembrei do meu novo destino,
Dizem que "Saudade é o coração dizendo pra onde
quer voltar"
Mas acredito que saudade é o coração relembrando
que suas histórias estão valendo a pena.
Então aproveito enquanto posso fechar
meus olhos e rever cada imagem como uma foto.
Cada história como um vídeo,
Então abro meus olhos e sei de onde vem toda
minha força para dar o próximo passo e seguir...

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Mais um minuto por favor.


A tempos venho cortando meus pulsos,
Saltando dos maiores prédios,
Me crucificando,
A tempos venho dilacerando meu peito,
Saltando na frente de carros,
Me culpando,
A tempos tenho buscado precipícios,
Entrando em confusões,
Me queimando,
Perdoe-me se preferi caminhar só,
Tenho estado muito ocupado, procurando
me ferir mais profundo,
Relembrando o que é estar vivo,
buscando sentir algo mais que a vida.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Amanhã...


Gostaria de poder esticar meus braços para desatar o nó que por ora me sufoca,
Gostaria também de conseguir gritar por ajuda,
Mas do que adiantaria? Estou só aqui...
Absolutamente ninguém me escutaria de onde estou agora..
Sei que quando eu sair dessa escuridão meus olhos irão arder,
Mas será que consigo rastejar pra fora daqui?
Meu corpo cansado, já sem forças, não entendem os motivos,
Minha mente fraca e atormentada não encontra a solução,
Mais cedo ou tarde me encontrarão aqui...
Não poderei esticar os braços, que estão bem amarrados,
Mas ao me resgatarem,
Sei que um sorriso bobo irá se fazer em minha feição..
Que por enquanto, apenas espera calmamente por um sinal
Que posso deixar passar se não permanecer atento e bem acordado.

Por: Felipe Reis

domingo, 30 de maio de 2010

novos ventos..

Sinto cheiro de mudanças...
Meu olfato amigo jamais se engana,
Sinto cheiro de mudanças..
As paredes que me cercam já não me reconhecem mais,
Sinto cheiro de mudanças..
Me vejo no espelho mas não defino bem a paisagem que me rodeia,
Sinto cheiro de mudanças..
E esse cheiro revira meu estômago e acelera meus batimentos,
Sinto cheiro de mudanças...
Minha carne se prende ao passado e me impede de mudar,
Sinto cheiro de mudanças...
A lágrima que escorre do meu rosto já não quer dizer mais nada,
Sinto cheiro de mudanças..
Embora esse cheiro esteja impregnado em minha roupa
e minha vontade seja continuar onde estou, meu desejo
puxa-me pelo braço e força-me a levantar...
levanto-me e sigo, pois, se o cheiro da mudança anseia o prognóstico do meu futuro,
lanço-me ao perigo, e que até meu ultimo suspiro, eu tenha forças para erguer minha pesada espada e caminhar rumo ao impiedoso campo de batalha, onde as mudanças não passam de meros detalhes desta curta vida terrena.

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 19 de maio de 2010

desabafo

O que te atormenta?
Eu sei que existe uma resposta para essa pergunta...
Mas qual seria a mais adequada?
Eu acordo toda manhã impulsionado por algo que tenho certas dúvidas do que se trata, mas eu continuo, continuo.. todos os dias vou seguindo em direção aquela imagem turva e mal acabada que se estende a minha frente.
Porque eu não paro? eu sinto o peso nas minhas costas.. mas porque eu continuo?
tenho necessidades estranhas de me isolar, tenho pensamentos inadequados às condutas humanas..
mas algo muito estranho me mantém acordado e de olhos bem abertos, espero que tudo isso seja justificável, espero que realmente exista uma lógica para toda essa trajetória, que por ora julgo tão insensata.
Espero realmente que esse grande inseto rastejante que incomoda meu cérebro seja parcialmente esmagado pelo peso do tempo, e que enfim eu possa sentir alguma calma no meu peito, pois já nem sei o significado dessa pequena palavra.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Apenas escolhas...

Roberto era um garoto levado, sempre acostumado a ter tudo nas mãos. Seu Pai, Claudionor, um fazendeiro que dava duro todos os dias, batalhava cada centavo que entrava em casa e fazia de tudo para ser o pai que qualquer familia poderia desejar.. Mas os caminhos nem sempre são virtuosos e Claudionor lamentava constantemente a postura do seu filho roberto.
Roberto não media seus atos, gostava de curtir, farrar, aproveitava a vida como se o mundo estivesse com data marcada para seu fim, vivia metendo-se em confunsões e trazia muito desgosto ao seu pai claudionor.
Um belo dia Roberto chega em casa acompanhado pela polícia, pois tinha se metido novamente em briga na rua e seu pai apenas olhou atentamente em seus olhos, com um olhar de reprovação e voltou aos seus afazeres cotidianos como fazendeiro.
Roberto começou a notar que seu pai andava colocando pregos na cerca de toda a fazenda, em média, dois a três pregos por dia e ficou se perguntando o que seu pai estava fazendo tomando tais atitudes.
Um sábado pela manhã claudionor escuta batidas desesperadas em sua porta e quando abre-a está seu filho completamente embreagado que fora deixado por seus colegas que correram com medo da reação do fazendeiro.
Claudionor, com sua infinita paciência, pegou seu filho no braço e levou-o até o quarto...
Quando Roberto acordou, não entendia como tinha ido parar na sua cama, fora até seu pai e no caminho notou que havia pregos espalhados por todo o cercado da fazenda, aquilo estava o intrigando, antes mesmo de perguntar ao seu pai como tinha chegado em casa, olhou envergonhado para seu pai e perguntou:
- Pai porque há tantos pregos no cercado da fazenda.
Seu pai olhou atentamente em seus olhos, parecia ter esperado a vida toda por aquele momento e disse:
- Filho, cada vez que eu tenho um desgosto a seu respeito, eu venho até aqui e coloco um prego na cerca..
Roberto engoliu aquela resposta da forma mais seca possível, olhou atentamente a sua volta e percebeu a imensa quantidade de desgostos que tinha proporcionado ao seu pai e sua família e decidiu mudar seu comportamento, abraçou seu pai e disse chorando:
- Pai, gostaria de te fazer um trato, queria que a cada notícia boa que o senhor recebesse sobre a minha pessoa, o senhor retirasse um prego do cercado da fazenda.
Seu pai apenas aceitou o trato e voltou a cuidar dos seus negocios.
Daquele dia em diante Roberto mudou seu comportamento, largou seus vicios, mudou seus costumes e viveu apenas para trazer noticias boas para casa, ele começou a ver os pregos ser arrancados e isso o motivou, a cada dia prosperava mais nos estudos, nos negocios, no comportamento... Após um 2 anos de noticías boas viu, da varanda, seu pai arramcar o ultimo prego da cerca, ele não aguentou de felicidade, ao ver aquilo correu em direção ao seu pai e após um apertado abraço, encheu seus pulmões de orgulho e disse:
- Eu não disse ao senhor que faria o senhor retirar todos os pregos da cerca meu pai.
Claudionor pegou na mão do seu filho e o fez olhar para a toda a cerca e em seguida bradou:
- Realmente meu filho, você conseguiu, agora olhe a sua volta e veja quantos buracos profundos ficaram marcados na minha cerca.

Por: Histórias de criança.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

mais umas palavras sem nexo do pequeno mundo esquecido...

O tempo, o impiedoso tempo, nos toma tudo, nos leva a face, a mente e o espírito, esse ditador não ousa esperar os fracos e oprimidos, castiga a todos, principalmente aqueles que ousa desperdiça-lo com tolices e bobagens, que levante a mão aquele que viu o tempo dar uma pausa para demonstrar piedade, feito máquina vejo este insano tirar o brilho dos olhos das pessoas, mas de que vale esse tempo? Para nascer, crescer, reproduzir e morrer? tenho pena do infeliz que resumiu nossas vidas nessas breves palavras, vejo pessoas nascerem e morrerem todos os dias, e o que há de belo nisso, o que há de belo na vida? e se nos perguntarmos para que vivemos obteremos alguma resposta? Impossível. Porque resposta alguma nos tirará da penumbra duvidosa que nos impulsiona ao questionamento, mas uma coisa é certa em meio a toda essa confusão, o amor, que feixe essa página aquele que nunca sentiu saudade, aquele que nunca precisou de um abraço, e que nunca derramou uma lágrima por alguém.

Por: Felipe Reis

sexta-feira, 30 de abril de 2010

adjacente desconhecido...

Hoje sua face arredondada, seus desejos enumerados e braços longos que passam a vida desorientado, sempre escolhendo a direção correta, porém orientando.
Estamos sempre açodados demais para notarmos o quanto ele deteriora nossa face pouco a pouco, egoísta e sempre apressado, nunca cessou suas passadas para esperar alguém, nunca chorou, nunca amou... apenas faz seu infinito trabalho, preciso, objetivo e dedicado, seu coração ritmado em batidas cronometradas determinando o quanto vertiginoso um sorriso pode ser e delongando uma dor ao seu máximo. Seu egocentrismo evidente e seu intimo orgulho se vangloriam quando até o mais eficaz artista ajoelha aos seus pés, para poder transformar um simples pedaço de madeira em uma obra de arte.
esse viril senhor da individualidade tem sido esquecido durante nossos caminhos, sendo realmente relativo de acordo com o presságio que nos alcança e que por ironia, serve para aplacar os sofrimentos morais e para atenuar os males da vida.
Esse sujeito é o Sábio TEMPO.

Por: Felipe Reis

sábado, 24 de abril de 2010

Reflexão..

Diário de Rorschach:
"Blake entendia. Tratava tudo como piada, mas entendia. Ele viu as rachas na sociedade. Viu os homenzinhos de máscara tentando remendar tudo… Ele viu a verdadeira face do século 20 e escolheu se tornar um reflexo, uma paródia desses tempos. Ninguém mais viu a piada. Por isso a sua solidão. Ouvi uma piada uma vez: Homem vai ao médico. Diz que está deprimido. Diz que a vida parece dura e cruel. Conta que se sente só num mundo ameaçador onde o que se anuncia é vago e incerto. Médico diz: “Tratamento é simples. O grande palhaço Pagliacci está na cidade. Assista ao espetáculo. Isso deve animá-lo.” Homem se desfaz em lágrimas. E diz: “Mas, doutor… eu sou o Pagliacci.” Boa piada. Todo mundo ri. Rufam os tambores. Desce o pano."

HQ, WATCHMEN.
Não é de autoria minha, mas vale a intenção..

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Controle


160 (cento e sessenta), Poderia ser tamanho, quantidade, distância... mas pelo toque que sentia em meu rosto, esse número significava o bradar do vento... a velocidade com que tudo vinha ao meu encontro fez o meu sangue circular mais rápido, a voz tremula do rádio já não importava mais, fora consumida pelo estampido que adentrava pela janela, pelo retrovisor sentia o nível de solidão aumentar e todo o resto estava ao controle das minhas mãos. Nesse momento você se pergunta, o que fazer quando se tem todo o controle em suas mãos? Achando tudo divertido você pisa mais fundo e percebe que aquela sensação de liberdade pode ser quebrada a qualquer momento pelo mais suave deslize.
A curva a sua frente lhe adverte dos perigos da liberdade e toda sensação de imortalidade é lapidada aos poucos com a curiosidade de quando será a próxima volta para casa, onde o controle é definitivamente jogado em suas mãos e todo os 1440 minutos do dia é somado a eternidade daqueles 5 minutos de sinfonia.

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Confiança...

Ele olhou para os lados, analisando o ambiente, checou todas as porcentagens de erro, caminhou até o rapaz a sua frente, esperou o mesmo se sentar.. aguardou o momento exato para agir, demonstrava ser um profissional, frio e calculista, sem que o inocente rapaz percebesse, ele abriu a primeira gaveta e pegou uma caixa pequena, procurou com cautela a mais afiada navalha que estivesse disponível, verificou se estava cortante o suficiente para não deixar o rapaz sentir dor.
parecia já ter nascido preparado para momentos como esse, sem titubear levantou o braço destemidamente e proferiu o primeiro golpe no pescoço do rapaz que já tinha esquecido que estava acompanhado, parecia tocar uma incrível sinfônia enquanto ele passava a afiada navalha no pescoço do frágil cidadão a sua frente, por alguns momentos ele podia vê um pouco de sangue escorrer pelo pescoço abaixo, mas isso não cessava seus atos, continuava a proferir navalhadas... até quando notou não ser mais necessário continuar naquele ritual, abaixou seus braços cansados e sorridente olhava o estado que tinha deixado o rapaz a sua frente, uma sensação maravilhosa corria entre suas veias, sentiasse realizado por conseguir mais uma vez...
Pegou um pedaço de espelho ao seu lado e levantou para que fosse possível uma total visualização, seus olhos brilhavam pela certeza do sucesso.
Foi então que o rapaz sentado abriu os olhos, deu um leve sorriso de canto de boca e disse: "ficou melhor do que eu esperava" levantou, pegou sua carteira e satisfeito pagou o barbeiro por mais um ótimo trabalho.
É impressionante como temos potencial de confiança no próximo, deixamos um outro ser humano passar uma afiada navalha em nossos pescoços e ficamos tão tranquilos que as vezes encontramos até tempo para dormir... já pensou um ataque de loucura em um momento como esse?

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Muralha de Berlim

Muitos acreditam que esse negocio de muralha é coisa do passado, momentos antiquados dos seres humanos que só devem ser lembrado para que não voltem a se repetir.
Porém, acredito que de todas as muralhas, a pior ainda está erguida e bem alta a ponto de assustar aqueles que buscam o outro lado a qualquer custo, muralha que quando vislumbrada arremata o sonho de qualquer herói, quebra o desejo de qualquer criança.
Queria ser dono da maior marreta do mundo para ver cair cada tijolo dessa desonrosa obra da vida terrena.
Acredito que a melhor aposta do mundo é no fato mais provável de todos os tempos, os seres humanos serão mais cedo ou mais tarde devastados da terra.
porque a muralha que nós criamos para nos defender, não suportará a queda do primeiro tijolo por rajadas de ventos tão fortes que assustará os engenheiros desse monumento dos deuses terrestres.
se um dia essa grande muralha fosse destemidamente quebrada, teríamos ao chão muitos pedaços da velha e antiquada hipocrisia.

Por: Felipe Reis
Insónia severa, me tira o tempo do dia, me sobra solidão da noite.. atormenta meu corpo, desrespeita minha alma. Gostaria de um remédio sem efeitos colaterais, gostaria de possuir um relógio no peito que adormecesse meu tédio e acalmasse meus pensamentos, que gritantes, me tiram o sono e empobrece minha criatividade diária.

Por: Felipe Reis