sexta-feira, 23 de abril de 2010

Controle


160 (cento e sessenta), Poderia ser tamanho, quantidade, distância... mas pelo toque que sentia em meu rosto, esse número significava o bradar do vento... a velocidade com que tudo vinha ao meu encontro fez o meu sangue circular mais rápido, a voz tremula do rádio já não importava mais, fora consumida pelo estampido que adentrava pela janela, pelo retrovisor sentia o nível de solidão aumentar e todo o resto estava ao controle das minhas mãos. Nesse momento você se pergunta, o que fazer quando se tem todo o controle em suas mãos? Achando tudo divertido você pisa mais fundo e percebe que aquela sensação de liberdade pode ser quebrada a qualquer momento pelo mais suave deslize.
A curva a sua frente lhe adverte dos perigos da liberdade e toda sensação de imortalidade é lapidada aos poucos com a curiosidade de quando será a próxima volta para casa, onde o controle é definitivamente jogado em suas mãos e todo os 1440 minutos do dia é somado a eternidade daqueles 5 minutos de sinfonia.

Por: Felipe Reis

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