quarta-feira, 21 de abril de 2010

Confiança...

Ele olhou para os lados, analisando o ambiente, checou todas as porcentagens de erro, caminhou até o rapaz a sua frente, esperou o mesmo se sentar.. aguardou o momento exato para agir, demonstrava ser um profissional, frio e calculista, sem que o inocente rapaz percebesse, ele abriu a primeira gaveta e pegou uma caixa pequena, procurou com cautela a mais afiada navalha que estivesse disponível, verificou se estava cortante o suficiente para não deixar o rapaz sentir dor.
parecia já ter nascido preparado para momentos como esse, sem titubear levantou o braço destemidamente e proferiu o primeiro golpe no pescoço do rapaz que já tinha esquecido que estava acompanhado, parecia tocar uma incrível sinfônia enquanto ele passava a afiada navalha no pescoço do frágil cidadão a sua frente, por alguns momentos ele podia vê um pouco de sangue escorrer pelo pescoço abaixo, mas isso não cessava seus atos, continuava a proferir navalhadas... até quando notou não ser mais necessário continuar naquele ritual, abaixou seus braços cansados e sorridente olhava o estado que tinha deixado o rapaz a sua frente, uma sensação maravilhosa corria entre suas veias, sentiasse realizado por conseguir mais uma vez...
Pegou um pedaço de espelho ao seu lado e levantou para que fosse possível uma total visualização, seus olhos brilhavam pela certeza do sucesso.
Foi então que o rapaz sentado abriu os olhos, deu um leve sorriso de canto de boca e disse: "ficou melhor do que eu esperava" levantou, pegou sua carteira e satisfeito pagou o barbeiro por mais um ótimo trabalho.
É impressionante como temos potencial de confiança no próximo, deixamos um outro ser humano passar uma afiada navalha em nossos pescoços e ficamos tão tranquilos que as vezes encontramos até tempo para dormir... já pensou um ataque de loucura em um momento como esse?

Por: Felipe Reis

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