sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pequeno desgosto.


Castrem meus sentidos e amputem minha alma
respiro devagar a cada verso desumano de Saramago
e regurgito cada amargo gosto do nosso destino.
Sinto o peso da fé dos que ainda creem
e o desgosto chapiscado dos que compreendem o inevitável.
Meu lado Luterano talvez esteja agitado hoje
ou escuto o tilintar das verdades escondidas.
Ainda rezo às almas dos tolos cansados
ainda choro a lágrima dos fúteis destemidos.
Me pego brechando o espaço por entre as cortinas
e o desfecho rasurado por traz do trono.
Então não me sobra esperança neste casto peito ou
fé nos pulmões, pelo menos por hoje,
me entrego a dor de joelhos ao chão e
findo meus olhos com a imagem deste abismo.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Fora do contexto.

A mesma música tocando baixo por inúmeras vezes,
Eu estava cercado, estava socialmente cercado,
mas ainda escutava a triste canção embalando meu dia.
Nesses dias em que não existe conforto nas palavras,
nem tampouco remédio para o desconforto.
O vento que sopra de leste sempre me conforta um pouco, 
embora todas as vertentes do meu corpo gritem o contrário.
Está tudo muito calmo agora, o silêncio voltou a operar... 
Talvez isso apenas confirme o quanto estou só,
ou talvez, eu só esteja confuso, como sempre estive.
Tudo pode ser uma grande mentira,
mas enquanto não descobrimos,
ainda soa como a única triste verdade.