sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Pequeno desgosto.


Castrem meus sentidos e amputem minha alma
respiro devagar a cada verso desumano de Saramago
e regurgito cada amargo gosto do nosso destino.
Sinto o peso da fé dos que ainda creem
e o desgosto chapiscado dos que compreendem o inevitável.
Meu lado Luterano talvez esteja agitado hoje
ou escuto o tilintar das verdades escondidas.
Ainda rezo às almas dos tolos cansados
ainda choro a lágrima dos fúteis destemidos.
Me pego brechando o espaço por entre as cortinas
e o desfecho rasurado por traz do trono.
Então não me sobra esperança neste casto peito ou
fé nos pulmões, pelo menos por hoje,
me entrego a dor de joelhos ao chão e
findo meus olhos com a imagem deste abismo.

Por: Felipe Reis

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