domingo, 30 de maio de 2010

novos ventos..

Sinto cheiro de mudanças...
Meu olfato amigo jamais se engana,
Sinto cheiro de mudanças..
As paredes que me cercam já não me reconhecem mais,
Sinto cheiro de mudanças..
Me vejo no espelho mas não defino bem a paisagem que me rodeia,
Sinto cheiro de mudanças..
E esse cheiro revira meu estômago e acelera meus batimentos,
Sinto cheiro de mudanças...
Minha carne se prende ao passado e me impede de mudar,
Sinto cheiro de mudanças...
A lágrima que escorre do meu rosto já não quer dizer mais nada,
Sinto cheiro de mudanças..
Embora esse cheiro esteja impregnado em minha roupa
e minha vontade seja continuar onde estou, meu desejo
puxa-me pelo braço e força-me a levantar...
levanto-me e sigo, pois, se o cheiro da mudança anseia o prognóstico do meu futuro,
lanço-me ao perigo, e que até meu ultimo suspiro, eu tenha forças para erguer minha pesada espada e caminhar rumo ao impiedoso campo de batalha, onde as mudanças não passam de meros detalhes desta curta vida terrena.

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 19 de maio de 2010

desabafo

O que te atormenta?
Eu sei que existe uma resposta para essa pergunta...
Mas qual seria a mais adequada?
Eu acordo toda manhã impulsionado por algo que tenho certas dúvidas do que se trata, mas eu continuo, continuo.. todos os dias vou seguindo em direção aquela imagem turva e mal acabada que se estende a minha frente.
Porque eu não paro? eu sinto o peso nas minhas costas.. mas porque eu continuo?
tenho necessidades estranhas de me isolar, tenho pensamentos inadequados às condutas humanas..
mas algo muito estranho me mantém acordado e de olhos bem abertos, espero que tudo isso seja justificável, espero que realmente exista uma lógica para toda essa trajetória, que por ora julgo tão insensata.
Espero realmente que esse grande inseto rastejante que incomoda meu cérebro seja parcialmente esmagado pelo peso do tempo, e que enfim eu possa sentir alguma calma no meu peito, pois já nem sei o significado dessa pequena palavra.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Apenas escolhas...

Roberto era um garoto levado, sempre acostumado a ter tudo nas mãos. Seu Pai, Claudionor, um fazendeiro que dava duro todos os dias, batalhava cada centavo que entrava em casa e fazia de tudo para ser o pai que qualquer familia poderia desejar.. Mas os caminhos nem sempre são virtuosos e Claudionor lamentava constantemente a postura do seu filho roberto.
Roberto não media seus atos, gostava de curtir, farrar, aproveitava a vida como se o mundo estivesse com data marcada para seu fim, vivia metendo-se em confunsões e trazia muito desgosto ao seu pai claudionor.
Um belo dia Roberto chega em casa acompanhado pela polícia, pois tinha se metido novamente em briga na rua e seu pai apenas olhou atentamente em seus olhos, com um olhar de reprovação e voltou aos seus afazeres cotidianos como fazendeiro.
Roberto começou a notar que seu pai andava colocando pregos na cerca de toda a fazenda, em média, dois a três pregos por dia e ficou se perguntando o que seu pai estava fazendo tomando tais atitudes.
Um sábado pela manhã claudionor escuta batidas desesperadas em sua porta e quando abre-a está seu filho completamente embreagado que fora deixado por seus colegas que correram com medo da reação do fazendeiro.
Claudionor, com sua infinita paciência, pegou seu filho no braço e levou-o até o quarto...
Quando Roberto acordou, não entendia como tinha ido parar na sua cama, fora até seu pai e no caminho notou que havia pregos espalhados por todo o cercado da fazenda, aquilo estava o intrigando, antes mesmo de perguntar ao seu pai como tinha chegado em casa, olhou envergonhado para seu pai e perguntou:
- Pai porque há tantos pregos no cercado da fazenda.
Seu pai olhou atentamente em seus olhos, parecia ter esperado a vida toda por aquele momento e disse:
- Filho, cada vez que eu tenho um desgosto a seu respeito, eu venho até aqui e coloco um prego na cerca..
Roberto engoliu aquela resposta da forma mais seca possível, olhou atentamente a sua volta e percebeu a imensa quantidade de desgostos que tinha proporcionado ao seu pai e sua família e decidiu mudar seu comportamento, abraçou seu pai e disse chorando:
- Pai, gostaria de te fazer um trato, queria que a cada notícia boa que o senhor recebesse sobre a minha pessoa, o senhor retirasse um prego do cercado da fazenda.
Seu pai apenas aceitou o trato e voltou a cuidar dos seus negocios.
Daquele dia em diante Roberto mudou seu comportamento, largou seus vicios, mudou seus costumes e viveu apenas para trazer noticias boas para casa, ele começou a ver os pregos ser arrancados e isso o motivou, a cada dia prosperava mais nos estudos, nos negocios, no comportamento... Após um 2 anos de noticías boas viu, da varanda, seu pai arramcar o ultimo prego da cerca, ele não aguentou de felicidade, ao ver aquilo correu em direção ao seu pai e após um apertado abraço, encheu seus pulmões de orgulho e disse:
- Eu não disse ao senhor que faria o senhor retirar todos os pregos da cerca meu pai.
Claudionor pegou na mão do seu filho e o fez olhar para a toda a cerca e em seguida bradou:
- Realmente meu filho, você conseguiu, agora olhe a sua volta e veja quantos buracos profundos ficaram marcados na minha cerca.

Por: Histórias de criança.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

mais umas palavras sem nexo do pequeno mundo esquecido...

O tempo, o impiedoso tempo, nos toma tudo, nos leva a face, a mente e o espírito, esse ditador não ousa esperar os fracos e oprimidos, castiga a todos, principalmente aqueles que ousa desperdiça-lo com tolices e bobagens, que levante a mão aquele que viu o tempo dar uma pausa para demonstrar piedade, feito máquina vejo este insano tirar o brilho dos olhos das pessoas, mas de que vale esse tempo? Para nascer, crescer, reproduzir e morrer? tenho pena do infeliz que resumiu nossas vidas nessas breves palavras, vejo pessoas nascerem e morrerem todos os dias, e o que há de belo nisso, o que há de belo na vida? e se nos perguntarmos para que vivemos obteremos alguma resposta? Impossível. Porque resposta alguma nos tirará da penumbra duvidosa que nos impulsiona ao questionamento, mas uma coisa é certa em meio a toda essa confusão, o amor, que feixe essa página aquele que nunca sentiu saudade, aquele que nunca precisou de um abraço, e que nunca derramou uma lágrima por alguém.

Por: Felipe Reis