quarta-feira, 18 de maio de 2011

Velhos hábitos noturno.

Nessas madrugadas, em que me vejo sentado em meu quarto,
com minha velha camisa de seda e uma calça de pano qualquer,
não sei bem se é um vazio ou apenas o frio da noite,
um rock n' roll baixinho me embala enquanto uma série de
coisas atravessam meus pensamentos.
Talvez lembranças sejam um mal,
para quando ainda exista um pouco de esperança.
Sempre me senti um garoto meio perdido,
mas não é fácil não se perder,
tantos caminhos sendo criados
e ainda me pego pensando: e se?
Talvez haja esperança perdida em meio a minha idade.
Talvez.
Sonhava em ser mais um garoto com seu sorriso bobo
com sua felicidade estampada no rosto
e com seu brilho inconfundível nos olhos.
Mas estou sentando bem aqui esta noite.
E embora haja tantas dúvidas e segredos selados,
ainda me pego sonhando e me perguntando: e se?

Por: Felipe Reis

sábado, 14 de maio de 2011

Pessoas e suas naturezas.

Vez por outra, me pego lembrando de alguns contos ou fábulas que escutei durante a vida, e que por algumas circunstâncias, acabam fazendo muito sentido.


               Certa vez, após uma enchente, um escorpião, querendo passar ao outro lado do rio, aproximou-se de um sapo que estava à beira e fez-lhe um pedido:
"Sapo, você poderia me carregar até a outra margem deste rio tão largo?"
 O sapo respondeu:
"Só se eu fosse tolo!  Você vai me picar, vou ficar paralisado e vou morrer."
Retrucou o escorpião, dizendo:
"Isso é ridículo!  Eu não pagaria o bem com o mal."   
E o sapo sempre se negando a levá-lo. Tanto insistiu o escorpião que o sapo, de boa-fé, confiando, concordou. Levou o escorpião nas costas, enquanto nadava para atravessar o rio. No meio do rio, o escorpião cravou seu ferrão no sapo.
Atingido pelo veneno, já chegando à margem do rio, moribundo, o sapo voltou-se para o escorpião e perguntou:
"Por quê? Por quê essa maldade?  Por que você fez isso, escorpião?"
 E o escorpião respondeu:
"Não sei...  Não sei mesmo!!!  Talvez porque eu seja um escorpião e essa é a minha natureza..."



terça-feira, 10 de maio de 2011

Existe saudade?


Realmente não somos capazes de controlar o que sentimos,
descobri isso ao me pegar lembrando, entre goles mornos de café
e suspiros enigmáticos, que matematicamente eram soltos em
seqüências quase lógicas.
Como algo pode ser tão bom para ser lembrado e tão triste
por não fazer parte do seu presente?
É quando percebo que saudade nada mais é que:
Voltar pra casa andando com fones no ouvido e não prestar atenção
ao que está tocando,
é contar os passos do caminho cruzando os dedos e imaginando
você na sala me esperando com um belo sorriso,
é olhar pela janela em dias de chuva e se perguntar o que você
está fazendo agora,
é acordar pela manhã e procurar na cama alguém a quem eu pudesse
me aninhar e abraçar bem forte...
Como diria Gabito Nunes: "a saudade só não mata porque tem o
prazer de torturar."
E assim vão se passando as horas desses dias em que o relógio escolhe
por desacelerar suas passadas,
e tudo que miseravelmente me sobra, são meras expectativas
de quando poderei curtir um pouco do teu sorriso novamente.

Por: Felipe Reis

sábado, 7 de maio de 2011

Conversa de botas batidas.


Em uma tarde de conversa, podemos aprender muito sobre alguém,
Não se trata de informações privilegiadas, sigilosas ou simples bobagens.
Porém, de como uma amizade pode surgir, de como cativar alguém,
aprendendo a confiar, respeitar e seguir.
Como diria Antoine Exupery: "Cativar é criar laços"
Por vezes, transpareço não mais acreditar, mas contudo, existem pessoas
que me mostram a necessidade de acreditar na índole dos seres.
Como já foi dito por alguém, existem apenas dois tipos de pessoas:
As que te repelem e aquelas que com o tempo te atraem.
O fato é, não podemos caminhar a sós, a vida é complicada demais
para acharmos que podemos viver sem dividir nossos pesos e angústias.
Uma simples tarde de conversa, enquanto dividimos biscoitos e café.
Mas de todos os cuidados, atentos devemos nos manter a uma condição,
se uma pessoa é a soma de todos os atos que perfazem uma vida,
não achemos que podemos definir alguém com base em algumas conversas.
E assim, podemos nos dizer amigos.

Por: Felipe Reis

terça-feira, 3 de maio de 2011

Apenas um sonho ruim.

Por algum motivo hoje me senti fraco,
por algum motivo hoje me senti impotente,
algo amassou meu peito e dilacerou meus sonhos
um intenso e fugaz relance de tristeza me tomou.
Minha melhor música não confortava minha mente,
minhas mãos trêmulas temia o desconhecido,
um turvo e tenebroso caminho se avistava
um escuro e profundo rasgo se formava
e pedaços de palavras se perdiam.
Lá fora talvez exista alguma vida,
lá fora talvez existe alguma alegria,
mas aqui dentro, por ora, algo frio me tomou
e não existe nada além de um vazio.