segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Céu de janeiro.

Tudo isso a minha volta nunca fez muito sentido,
Essas cicatrizes, ainda abertas, me ofertam tanta dor,
Essas equações em tons de cinza escuro e azul anil,
Esqueci-me de fechar as janelas durante todo o percurso
e ainda sinto a destreza do vento soprar lentamente.
Os mesmos discos cansados da minha estante,
as mesmas frases clichês amontoadas em meu quarto e
métodos esquecidos em valas sombrias de têmporas aquecidas.
Não sinto mais prazer em rasurar esta sinopse fria,
cartazes de promessas esquecidas,
chantagens de sonhos sacrificados
e engrenagens gastas forçando passadas.
A saliva ainda amarga o gosto do ar forçado,
essa verdade ingênua de uma realidade triste
ainda é a única força que me guia aqui embaixo.
Embora a luz lá fora pareça confortável
e o calor dos sorrisos pareçam ser verdadeiros,
ainda sinto uma atração profunda por essa força obscura 
que me prende abaixo das nuvens do teu céu.

Por: Felipe Reis

sábado, 17 de dezembro de 2011

Concentrado na linha de chegada


"Uma terrível, noite trágica
Apesar de eu ter feito apenas o que é certo
Mesmo com a minha consciência limpa
Eu não posso evitar essa inundação de lágrimas
Eu estou concentrado na linha de chegada

Apesar de eu estar me esforçando pelo bem deles
Eu serei mal compreendido
Até mesmo a minha querida
Interpretou mal o que era tão claro

Com o tempo eu acho que ela entenderia
Que isso foi pelo bem maior
Em breve eu vou encontrá-la em nossa mansão no céu
Deixando este mundo cruel para trás

É estranho que isso tenha que terminar assim
Mas mártires nunca tem uma oportunidade de falar."

Por: Pedro the Lion

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Enquanto não escuto sua voz.

Você também sente toda essa energia a nossa volta?
Você vê o quanto deixamos de ser felizes por não tentarmos?
Toda essa angústia no meu peito ainda brada seu nome, 
todo esse sacrifício vivido ainda sustenta nosso sonho, 
somos parte de uma história mal contada, 
pequenos quadros de uma redação rasurada,
retalhos de uma consciência envelhecida, 
retratos de uma verdade emoldurada.
Sinto falta de ver os seus olhos brilharem, 
sinto falta de ser os motivos deles sonharem,
Não entendo a química reversa que tem me preenchido, 
nem tampouco, o contraste azulado dessa pequena tormenta,
esse canto frio e úmido que por ora nasce em meu peito
ainda deixa dúvidas do que posso me tornar,
ainda rebela cicatrizes obscuras, que, permaneciam desconhecidas.
tantas perguntas para serem respondidas,
tantas encruzilhadas para serem travadas
e de todos as dúvidas que me condenam, 
me resta escolher, o quanto ainda serei bom pra você.

Por: Felipe Reis

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Enquanto tudo está escuro.

Estou transpirando mais rápido hoje a noite,
cada cifra que toca meus ouvidos me desloca devagar,
a casa está tão vazia hoje, e ainda assim, minha mente tão cheia.
Eu sinto a tristeza da sua voz correr por dentre os corredores vazios.
Me pergunto se existe beleza sem sofrimento.
Quando chorastes ao final daquele filme,
quando me arrepiei com o refrão daquela canção,
enquanto estava preso as palavras daquele bom livro.
No final, cada lágrima justificava a cena.
cada pensamento complementavam as estrofes.
Gosto quando posso sentir um pouco mais,
quando perco a razão só por perder,
enquanto não me encontro.
Está preso a tudo isso ainda me parece um vício,
e ainda sinto prazer enquanto tudo é silêncio e duvidoso.

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Dedos cruzados.

Talvez deva existir alguma crise dos vinte e cinco,
alguma que justifique toda essa melancolia gratuita.
Não que me falte forças para continuar,
Mas me desorienta não saber por onde seguir..
Talvez exista mais alguém preso aqui dentro comigo,
talvez exista mais esperança perdida em algum lugar.
Hoje, no caminho de volta pra casa, não sabia bem onde estava indo,
um desespero agudo invadiu meu peito,
uma angustia escura atravessou minha face,
meus braços trémulos indicavam perigo,
meus olhos fundos me mostravam solidão.
Ando desconhecendo o semblante que carrego no rosto,
ando tropeçando nas pequenas valas de felicidade.
Se eu for visto em algum lugar com os dedos cruzados,
não ache estranho minha conduta,
talvez seja apenas uma pequena mania,
de uma leve crise que já tarda em findar-se.

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Onde não me encontro.

Não foi o porta retrato no canto do quarto,
nem tampouco aquela música tocando baixinho,
não era a chuva que lentamente molhava meu reflexo,
nem o gosto adocicado do seu cheiro.
Entre caças palavras, jogos de memória e verdade ou consequências,
vou me adaptando a uma nova rotina.
Entre bulas de remédio, goles rasos de café e sorrisos formais,
vou chantageando meu peito.
Certa vez, ouvi dizer que não existem regras para um louco coração,
nem tampouco limites para um pequeno sonhador.
Nesses dias em que me retiro calado
e a dor do silêncio me fala mais alto,
me pego rolando na cama,
me acho buscando você.
Talvez tudo seja um grande mal entendido,
tudo não passe de uma grande confusão,
Talvez todo o esforço pra lembrar,
seja apenas a vontade de esquecer.

Por: Felipe Reis

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Incerta matemática.

Será chuva escorrendo pelo vidro da janela
ou apenas água molhando minha áspera face?
Sempre fico muito confuso nesses dias,
sempre me atrapalho nas contas.
Se calcula mais um, ou menos um, ano de vida?
É como em dias de sol com chuva,
como está no centro de uma reta e
não ter o menor senso de direção.
É nesses dias em que a mente perde o respeito
e me questiono entre ser mais experiente ou menos ranzinza.
Nessas vielas estreitas é que me perco,
nesses muros altos é que me sufoco,
me pego interpretando auto controle
ao tentar respirar mais devagar.
Com o peito vulnerável lembro de algumas aventuras,
enquanto o velho relógio da cabeceira me acorda
e embora haja tantos motivos contrários lá fora,
aqui dentro ainda me agarro a sensação de que
sobrevivi a mais um vinte oito de julho.

Por: Felipe Reis