segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Dúvidas do caminho.


O garoto que cresceu sonhando em ser herói,
morreu por tiros, em um confronto com a polícia.
O que mudou durando o caminho?
Faltou oportunidades?
influências?
exemplos?
O calor stressante no ônibus cheio?
O choro do filho ao soluçar por comida?
Mas o filho de um renomado promotor
foi visto assaltando um restaurante.
O que mudou durante o caminho?
Não foram a falta oportunidades.
Não foram os exemplos.
O artista sortudo ganhou seu primeiro milhão aos 15,
moveu grandes grupos de fãs pelo mundo,
foi internado por vício em drogas aos 21.
O que mudou durante o caminho?
Existe uma lógica sensata por traz de tudo isso?
O mundo pode ser muito injusto, mas ainda temos escolhas, não?
Espero poder responder, um dia.

Por: Felipe Reis

sábado, 5 de fevereiro de 2011

Desconforto presente.

Você já se trancou em uma solitária vida por ação espontânea?
O que me surpreende, é suportar as infrutíferas horas que passam,
a falta de contato me transforma em algum tipo de desconhecido,
esse vazio físico que incomoda meus dias se confunde com as vozes
desconhecidas, que a noite, rastejam pelas brechas das janelas.
Esta solidão outrora desejada, inquieta meus pensamentos.
Constantemente necessito lembrar-me quem sou e anseio,
constantemente afago meu rosto buscando paciência.
Nunca desejei tanto um colega, um amigo, confidente,
nunca desejei tanto não sentir o tempo passar,
a cada hora que passa, apenas lembra que logo outra virá,
como um eterno inimigo do tempo,
prefiro fechar meus olhos e apenas fingir estar em outro lugar,
como um eterno inimigo do tempo,
conto mentiras a minha mente buscando não sentir a realidade,
e como um eterno inimigo do tempo,
entendo ser insuficiente estas tentativas frustradas e
tudo que me resta são os ecos que escuto do som da tv
pairando por um curto corredor a minha frente.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Me mostra o caminho..

Preciso acordar.
Esses sonhos não condizem com a minha realidade,
esses projetos de sonhos inacabados me sugam o foco,
sinto que mesmo com tudo que acontece a minha
volta, continuo a caminhar em infinitos círculos.
O que me deixa atordoado é a sinfonia que precede o fim,
o que me tira o sono é o estrago de quando tudo explodir,
o que destrata meu peito é o silêncio de todas as verdades.
Faço de contas que o caminho é tranqüilo,
é fácil se enganar...
vem comigo,
esquece teus problemas, por uma noite.
Deixa de lado tuas ambições.
segura na minha mão enquanto há tempo,
pois não tenho certeza de quanto tempo mais eu terei
para te despertar um sorriso.

Por: Felipe Reis

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

A Troca.


Já percebeu quando o sol está nascendo?
os traços de luzes desordenados vão se espalhando,
alguns tons acinzentados vão sendo apagados,
blocos de espaços negros vão sendo lentamente preenchidos,
o sopro gélido é vagaroso e gradativamente aquecido,
uma porção de cores e vida toma conta de alguns detalhes,
um altruísmo intenso e fascinante nasce em
meio a uma penumbra mesquinha e egocêntrica,
o embaçar do vidro confirma o choque térmico,
o som dos primeiros passos quebram o silêncio
enigmático que outrora imperava,
lentamente o vazio não faz mais parte do contexto
intrínseco da rua, dos becos e parques.
Como se não tivesse existido, a noite some.
Como se não houvesse pausa, as coisas se movimentam.
Como se não parassem, as pessoas correm.
Talvez seja para contemplar esse momento que
todos os dias eu permaneça atento,
ou talvez seja apenas insônia... Nunca se sabe.

Por: Felipe Reis





domingo, 28 de novembro de 2010

Mais do mesmo.

Porque me sinto atormentado?
Sei que meus anseios não passam de meros caprichos
quando afrontados aos sonhos de alguns outros seres,
Sei que meus motivos não nascem de sofrimentos palpáveis,
Entendo existir tantos outros fatos que sobressaem-se dos
que questiono por ora.
Mas porque ainda sinto tanta dor aqui dentro?
Sinto-me um desconhecido,
um estranho.
Por vezes parece que não tenho forças o suficiente
para aguentar o ardor do caminho...
Mas tantos sorriem, parece tão fácil moldar aquilo,
sinto que faço parte do meu maior perigo,
mas só sinto isso ao acordar soluçando.
É tão difícil correr quando não sabe-se onde quer chegar,
Cada minuto parece uma eternidade,
e alguns dos seus sonhos vão ficando pelo caminho.

Por: Felipe Reis

domingo, 14 de novembro de 2010

Pretérito Perfeito...


Desejar o passado é crime?
por vezes, fecho meus olhos e me pego em
situações que já não condizem com meu caminho,
por vezes, sinto algo que meu corpo já não reconhece,
basta uma música, uma imagem, um aroma, e me pego dando
voltas em fases que não deveriam me inquietar novamente.
Reviver...
Ouço o ruído das correntes enferrujadas arrastando-se pelo chão,
esse vértice obscuro e sensitivo não respeita minhas vontades,
não encontro uma perfeita sintonia entre a mente e o peito,
não me sinto a vontade usando pontos finais,
não me satisfaço com o presente.
Sem fôlego retomo o ar e acordo em meio a um profundo sono,
abro bem meus olhos e percebo que estou de volta,
abro meus olhos e reconsidero os fatos,
continuo vivo, mas os tempos são outros...

Por: Felipe Reis

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Índice do sono.


Quando vou estar pronto?
Essa imagem turva, fora de foco e mal acabada,
Quando estarei pronto?
Esses pensamentos críticos, toda essa angustia e incerteza.
Sinto não me enquadrar nos moldes dessa figura clichê,
Sinto não participar desse conceito unânime e ultrapassado,
Minha matriz não anseia dos mesmos preceitos desventurados,
nem tampouco, solidificado e predestinado quanto os outros.
Em um mundo confuso, de idéias entrelaçadas e embaralhadas
traço rotas desconhecidas e uniformes, causando desconforto...
Esse mal estar constante, essa dor contínua que entorpece
meu peito, silencia o grito dos meus olhos e forja sorrisos obscuros.
Passo horas cogitando idéias imprecisas e lógicas sem nexo,
meu relógio parou e tudo que me resta são rumores de uma mente
imprecisa e insegura que aguarda por mais um amanhecer
sentado em frente a uma janela em meio a tantas outras...

Por: Felipe Reis